Governança corporativa nas empresas: tudo o que você deve saber

Você sabe o que é governança corporativa e qual é a sua importância para as empresas? Trata-se de um termo muito debatidos nos últimos tempos na gestão empresarial e, portanto, você já deve ter ouvido falar sobre ela.

Especialmente no momento em que uma empresa está em expansão e começa a crescer, é importante analisar sobre a possibilidade de se implantar um sistema de governança corporativa, uma vez que a tendência é que os seus processos e fluxos de informação se tornem cada vez mais complexos.

Pensando em ajudá-lo a entender melhor sobre o tema, preparamos este post com todos os detalhes sobre a governança corporativa, como seus principais pontos e benefícios, além de mostramos como esse conceito pode ser aplicado nas empresas, de maneira assertiva e eficiente. Continue a leitura e confira!

O que é e para que serve a governança corporativa

A governança corporativa é, na realidade, um mecanismo de gestão que é responsável por estabelecer e manter a aplicação das regras dentro de uma companhia.

O objetivo da governança corporativa, por sua vez, é aumentar o crescimento da empresa, além de melhorar a sua qualidade financeira e o alcance de metas. Na prática, trata-se de um sistema que consegue controlar e direcionar empreendimentos, de maneira organizada, obedecendo a seus valores e princípios, bem como pensando nos interesses de todos que fazem parte da estrutura da companhia, como sócios, CEO’s, parceiros, conselho de administração, acionistas, consumidores e fornecedores.

Uma governança corporativa realizada corretamente consegue assegurar que todos os itens que articulam uma empresa funcionem da forma correta, uma vez que é preciso que as pessoas que gerenciam a instituição, bem como os seus investidores e administradores convivam em harmonia comercial.

Com a harmonia estabelecida, a tendência é que a comunicação entre as áreas fluam e que todos os membros da empresa se envolvam completamente nos processos financeiros, levando a empresa ainda mais longe. Entre as suas principais funções, a governança corporativa visa promover os processos legais que regem uma companhia.

Além disso, a governança corporativa ainda tem como objetivo facilitar a participação de todos acionistas na tomada de decisões, concedendo um tratamento igualitário a todos, independentemente do seu percentual de investimento.

Por fim, mais uma de suas funções, que é desconhecida por muitas pessoas, é o estabelecimento de responsabilidades nas estruturas organizacionais, pois, com o passar do tempo, a governança corporativa se tornou uma ferramenta de confiança no setor de negócios, especialmente aos investidores.

Princípios da governança corporativa

A governança corporativa é um sistema que conta com diferentes princípios que visam nortear ações relevantes e geradoras de valor. Veja, a seguir, quais são os quatro principais!

Equidade

O princípio da equidade, como o próprio nome sugere, está relacionado ao tratamento justo e igualitário de todas as esferas, como sócios, colaboradores e demais partes interessadas das organizações e que compõem a empresa.

Dessa maneira, na governança corporativa, não pode ocorrer, de nenhuma maneira, qualquer tipo de discriminação ou distinção entre as partes, sob nenhum subterfúgio ou desculpa.

Prestação de contas

A prestação de contas, comumente chamada de “accountability”, também é um dos mais importantes princípios da governança corporativa e se trata, na realidade, da maneira que os responsáveis pela governança devem mostrar as consequências de seus atos e tomadas de decisões.

Dessa maneira, em razão da prestação responsável e minuciosa de contas, os gestores assumem, de maneira integral, a responsabilidade e o resultado de suas ações, omissões e falhas.

A empresa, por sua vez, não deve limitar a sua prestação de contas somente aos seus recursos financeiros, sendo preciso que explicite, ainda, seus produtos e serviços, bem como a relação ao papel que executa em conjunto com os sócios ou acionistas.

Responsabilidade corporativa

Já o princípio da responsabilidade corporativa é mais abrangente e determina que as pessoas que são responsáveis pela governança corporativa precisam cuidar, ainda, da sustentabilidade das companhias em que atuam.

Para tanto, é preciso que se considere a sustentabilidade, tanto de caráter social quanto ambiental, na configuração dos negócios e das operações, tendo como principal objetivo a longevidade.

Transparência

Todas as companhias, sem distinção, contam com diversas informações e dados que precisam, de maneira obrigatória, serem transmitidos aos colaboradores e outros interessados. A transparência, por sua vez, dentro da ótica da governança corporativa, determina que, ao informar os referidos fatos, sejam eles negativos ou positivos, as organizações devem ser sinceras e transparentes.

Ao adotar essa atitude, é criada uma rede de confiança — tanto interna, com os colaboradores, quanto externa, com os stakeholders —, mas para isso, é necessário que haja uma vontade sincera e genuína de promover a disponibilidade de todas as informações possíveis e essenciais, não somente aquelas que a legislação prevê.

Modelos de governança corporativa

Agora que você já sabe o que é a governança corporativa e quais são os seus fundamentos, chegou o momento de apresentar os principais modelos propostos deste sistema. Confira!

Insider System

O Insider System é um modelo de governança corporativa proposto pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). O seu principal objetivo é o aumento dos ganhos das pessoas que atuam de maneira efetiva na organização e tem participação direta nos resultados financeiros da companhia, bem como na rentabilidade do negócio, exercendo um papel preponderante e decisivo, como os colaboradores e parceiros.

Outsider System

O Outsider System é mais um dos modelos criados pelo IBGC e, nessa modalidade, os acionistas da empresa estão difundidos, ou seja, eles não participam e não estão integrados, de maneira direta, à rotina da organização.

Nesse modelo, os esforços se concentram no mercado de ações e o objetivo é aumentar os lucros dos investidores. Eles, por sua vez, costumam ser muitos atentos quanto ao retorno do capital investido e desejam se manter cautelosos em relação aos investimentos realizados.

Modelo latino-americano

Já no modelo de governança corporativa latino-americano ainda existem vários aspectos passíveis de melhoria que precisam de aprimoramento, especialmente porque ele não proporciona as mesmas garantias e seguranças aos investidores de pequeno porte e aos grandes acionistas.

Contudo, apesar de seus defeitos, o modelo latino-americano apresentou boas mudanças nos últimos tempos, sobretudo em razão de sua procura por atender as necessidades, não apenas de seus acionistas, mas também dos demais integrantes da cadeia gerencial.

Modelo alemão

Por fim, no modelo alemão — sistema de governança corporativa que foi conceituado pelos teóricos Maria José Leal e Walter Camuri —, os acionistas não contam com grande influência e a gestão, por sua vez, é conduzida por meio do acordo multilateral entre diferentes níveis hierárquicos. Nesse modelo, por exemplo, as instituições financeiras (como os bancos) costumam contar com um grande peso, sendo o principal fator de influência, já que as companhias que adotam tal modelo costumam ser mais dependentes do crédito dessas instituições.

Impactos da governança corporativa nas empresas

A governança corporativa é capaz de gerar diferentes impactos nas companhias, uma vez que em casos em que os gestores das organizações aplicam regras em excesso, o resultado esperado não é obtido. Contudo, por outro lado, quando não há regras ou restrições, também podemos esperar por um final desastroso.

Isso ocorre porque, quando a governança corporativa é muito extrema, os diretores, chefes e gestores não conseguem exercer as suas funções, especialmente por não contarem com a autonomia necessária. Com isso, eles dependem do arbítrio de outros profissionais, o que costuma gerar grandes falhas.

Já uma governança que não tem a força necessária apresenta mais riscos de os gestores atuarem de forma abusiva, como nos casos em que atuam apenas em benefício próprio ou de modo incompetente.

A grande e também desafiadora solução é encontrar uma maneira de equilibrar a governança corporativa da melhor maneira possível. Contudo, é preciso atentar-se que, para tanto, as ferramentas de controle não devem causar mais danos do que os possíveis problemas à rotina corporativa.

É o caso, por exemplo, de uma empresa que está se adequando a lei geral da proteção de dados ou de um escritório de advocacia que precisa acompanhar diferentes publicações jurídicas e, ainda, realizar suas demais atividades, como aplicação de métodos legal analytics e data driven em escritório. A governança corporativa deve melhorar o dia a dia corporativo dessas empresas e aumentar a eficiência de seus processos, sem prejudicá-las.

Dessa maneira, o ideal é adaptar a governança corporativa a outros aspectos administrativos, e não apenas aos organizacionais. Além disso, todos os membros da companhia precisam saber exatamente quais são as pessoas a que ele deve se reportar, especialmente aqueles que atuam em diferentes áreas e equipes e, portanto, estão sujeitos a mais exigências — fator que pode comprometer a sua eficiência e capacidade para entregar os melhores resultados.

Ao tornar evidente quais são as pessoas que, de fato, exercem a liderança direta sobre cada colaborador e contar com regras claras e eficientes, mas não excessivas, cada membro da companhia consegue organizar suas tarefas e analisar o que deve ser priorizado. Para mais, nos casos em que um grande dilema surge, é preciso ficar claro quem deve tomar uma decisão definitiva e, ao adotar essas medidas, a tendência é que uma governança corporativa equilibrada e eficaz seja realizada, apresentando impactos positivos.

Benefícios da governança corporativa

Para demonstrarmos os benefícios que a governança corporativa é capaz de proporcionar a uma companhia, vamos abordar, nos próximos tópicos, alguns dos mais relevantes. Veja!

Maior visibilidade de mercado

As companhias que estabelecem a governança corporativa apresentam uma maior e mais favorável visibilidade de mercado, uma vez que esse tipo de abordagem proporciona transparência, dinamismo, agilidade e clareza — fatores extremamente positivos.

Com isso, a visibilidade da organização cresce e ela atinge um melhor posicionamento no mercado, de maneira natural. Além disso, em razão da conformidade com as atuais tendências, a abertura de novas oportunidades de negócios costuma, também, ser maior.

Aumento da confiança

A governança corporativa é uma das principais responsáveis por fazer com que possíveis investidores passem a nutrir confiança por uma organização. Também é imprescindível a confiança dos clientes que, sem dúvidas, igualmente devem se sentir mais seguros de fazer negócios, adquirir produtos ou consumir serviços de companhias dotadas de boa governança.

Mais facilidade na captação de recursos

Em qualquer tipo de organização, seja empresa privada, mista ou, até mesmo, nas instituições públicas, a tendência é que os investimentos sejam feitos apenas nas companhias que aparentam contar com uma boa governança corporativa, uma vez que elas funcionam como uma garantia de que os negócios em questão vão render bons frutos.

Dessa maneira, quanto mais a governança corporativa for eficaz, mais facilidade para recursos de fontes maiores e mais variadas devem surgir, o que quer dizer que mais organizações devem se interessar em investir na sua companhia e considerar os diferenciais que são oferecidos.

Prevenção de riscos, erros e fraudes

Contar com uma boa governança corporativa ajuda na prevenção dos negócios em relação a diversos tipos e graus de riscos, erros e fraudes, especialmente aqueles que costumam ser mais graves e, portanto, podem afetar de maneira prejudicial às operações da companhia.

Isso ocorre porque, quando o funcionamento de uma companhia é estruturado levando em consideração princípios corretos e claros, como os da governança corporativa, se torna muito mais difícil apresentar condições problemáticas.

Além disso, mais um dos fatores da governança corporativa que costuma prevenir danos é a eliminação da ineficiência de diversos processos, conforme as especificidades da empresa e as características gerais de seu ramo de atuação.

Aplicação da governança corporativa nas empresas

Agora que você já conhece mais sobre a governança corporativa, deve estar se perguntando como aplicá-la em uma empresa, não é mesmo? Saiba que o primeiro passo deve ser iniciar, de maneira gradativa, para que todos consigam se adaptar, em vez de tentar implantar todos os conceitos e melhores práticas de uma só vez.

Trata-se de uma medida importante, porque a governança corporativa deve ser realizada visando construir uma Cultura de Governança Corporativa para a companhia, e não somente criar um novo método de gestão.

Dessa maneira, para dar início ao processo de aplicação da governança corporativa de maneira gradativa, é possível trilhar os seguintes passos:

  • estabelecer uma hierarquia clara, para que cada integrante da equipe saiba, nitidamente, a quem responder;
  • realizar reuniões de acompanhamento de projetos entre equipes, entre sócios e entre o Conselho Administrativo, bem como fazer registros, a fim de manter um controle administrativo mais eficiente da empresa e acompanhar seu progresso;
  • formar um Conselho Consultivo para auxiliar na tomada de decisões, facilitando o compartilhamento de sugestões e experiências para a gestão da companhia.

Agora você já conhece todos os detalhes sobre a governança corporativa, coloque as nossas dicas em prática o quanto antes e adote essa estratégia em sua empresa. Afinal, todas as companhias podem usufruir de seus benefícios e melhorarem o direcionamento dos negócios, por meio da tomada de decisões apropriada.

Se você gostou desse post, compartilhe em suas redes sociais e ajude os seus amigos a conhecerem todos os detalhes sobre a governança corporativa!